domingo, 21 de setembro de 2008

A borboleta Alberta e a lagarta Marta, o conto

Sorria a borboleta Alberta entre flores a dançar. Saboreava a recente descoberta, ter asas e poder voar. Uma verdinha lagarta encontrou numa amoreira, era a sua amiga Marta que estava numa grande choradeira.

Tentando animar a infeliz criatura, Alberta pôs-se a entoar as notas da partitura, tons e sons bem afinados repetidos nos lanches partilhados: “Nhac nhac nhac folhas com conhaque, nhic nhic nhic viva este picnic, nhuc nhuc nhuc”... “Como sabes essa canção?” - interrompeu Marta intrigada, “que fiz com a minha amiga que faleceu.”

- Sou eu! A tua amiga Alberta! Aquela por quem choras não está morta, mas bem desperta! Já morei onde moras Marta, mas em breve também voarás e comigo dançarás. Espera algumas luas para teres um par de asas tuas e verás.
- Julgas que sou alguma larva?! Eu não sou nenhuma parva! A Alberta morreu, era assim verde como eu, talvez um pouco mais gordinha... Chamas-me Marta, mas nunca fomos apresentadas e eu estou a ficar farta de conversas mal paradas.
- Mas Marta, sou eu, a Alberta!
- A que me livrou de morte certa?
- Sim, quando o pássaro Álvaro, zangado fez aquele voo rasgado.

Marta conhecia bem a história, mas não, não podia ser.
- Não és a Alberta. Acabou-se a discórdia, nem há mais nada para dizer.
Alberta insiste: “Sei que é difícil acreditar, nem eu podia crer, quando saí da casa que me viste fazer, tinha asas com cores e podia voar. É a mais pura verdade, acredita,
nunca te iria enganar.”
- Peço-te uma vez mais que te vás! Sou lagarta mas tenho o meu orgulho. Sai, vai-te embora, deixa-me em paz.
Alberta sabe que há um tempo para respeitar, mas antes de se ir embora ainda sussurra: “espero-te depois do último luar, para juntas podermos voar.” Sabe que Marta só vai acreditar quando numa borboleta se transformar.

Exausta e enjoada, Marta lagarta até se esquecia da comida que tanto gostava. Para se entreter, resolveu tecer com rapidez desconhecida, uma casa à prova de som e bem camuflada. Quentinha e aconchegada na sua nova morada, a lagarta sossegou e adormeceu num sono muito profundo.
Passaram as luas até que o sol a acordou. Marta fica espantada ao ver que numa borboleta se tornou. Entendia agora a liberdade e a poesia de que Alberta falara naquele dia. Afinal era mesmo ela e estava viva! Marta sorria entre flores a dançar, quando ao longe escutou uma lagarta a chorar.

Elisabete Nunes (Miriam), in "50 histórias de quem foi criança"

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A borboleta Alberta e a lagarta Marta, o lançamento



A borboleta Alberta e a lagarta Marta e o seu conto vão ganhar vida, cor e cheiro através do livro "50 contos de quem foi criança", a ser lançado no dia 18 de Outubro no céu azul da fantasia e, voando muito muito alto, alegrar e amar crianças e adultos.

É uma obra da qual sinto incalculável honra em participar e integra contos inéditos de personalidades portuguesas de renome e que reverte a favor da Fundação Rotária.

Muito bem hajas Amiga Inês pela oportunidade e incentivo.
Grata aos Amigos André, Carmo e Vanda.

Mil bençãos e aquele abraço!

Espera em acção

Regresso a Lisboa.
Volto à minha calma casa no Campo.... Grande, junto ao verde... do estádio de Alvalade... devo estar cada vez mais perto de viver mesmo na Natureza e através dela :-) ehehe

Disperso com os milhares de caminhos e possibilidades que fabrica a minha mente, mas minha alma permanece clara. Não há confusão. Já conheço a minha direcção. 

Agora, trata-se de prestar atenção, esperar o melhor e atirar-me! Esperar me acção. Prestar atenção, é concentrar, ver os sinais, sentir e saber o momento certo; esperar pelo melhor, visualizar o objectivo, confiar no sucesso e só depois disto agir!

Estou pronta e atenta a esse momento certo. A cura e as terapias, é esse o meu caminho. Sou um canal de cura, Sou Miriam. Sei o que quero fazer e onde quero ir, e isso já é uma graaaaande conquista. Aguardo em escuta o momento certo de agir. E depois de saber e confirmar, logo escrevo para contar :-)

*** Mil bençãos ***

firewalker vs viga de aço

Depois de dobrar a viga de aço com a minha amiga Larissa, caminhar sobre as brasas foi brincadeirinha.

E foi assim que tudo começou
Entrei na sala para o workshop de dança e afinal estava num curso de firewalker (caminhante do fogo). A palavra saiu da boca de Kalid e arregalei os olhos. "Firewalker? então não estou no workshop de dança?" - pensei, e rematei "bem, se calhar é aqui que tenho de estar. afinal não há coincidências não é?" Verifiquei-me e senti-me estar no local certo e permaneci sentada, escutando as instruções e anteriores experiências. 
Fase 2
Saímos para a rua, já é de noite. Acedem a fogueira e converso com o fogo, que me diz: "Foste convidada para estares aqui. Se caminhares no fogo muito bem, se não muito bem." Entendi. Estou perante uma iniciação que racionalmente não posso entender.

Antes de iniciar a caminhada, os xamãs exemplificam um outro exercício. Duas pessoas que dobram uma viga de aço, estando esta somente segura na cavidade molinha que temos na garganta. Eu e Larissa, frente a frente, à distância da barra de aço empoleirada nas nossas suaves cavidades, cerca de 2 metros. 3,2,1, pay attention, expect for the best and go for it!! e fomos e abraçamo-nos e dobramos a viga de aço.

acreditam? percebem? eu não, mas aconteceu, foi real!!!

o firewalker foi a seguir, queimei-me na segunda vez que passei no tapete de brasa e sei porquê, não era o momento e eu já sabia. mas fui, então queimei. Viva o professor fogo!